sexta-feira, 30 de agosto de 2013

PIADA "MÉDIDO PORTUGUÊS NO BRASIL"



Este é Dr. Manoel, Médico Português depois da sua Primeira consulta após sua chegada ao Brasil.Estar sem documentos e impossibilitado de falar, além de estar com amnesia, segundo testemunhas que estavam no Posto de Saúde do Alto José do Pinho tudo começou por culpa do Dr. Manoel, segue o Relato:
 

Ao chegar no Posto de saúde, Dr. Manoel cuidou logo de se posicionar na sua mesa, e começou a Consultar os Pacientes. Primeiro uma Jovem Mulher com seu filho de cinco anos.
Dr. Manoel" Rapariga quem estar doente, você ou este Puto!"
Paciente- "Rapariga é o krai, e meu filho não é Puto"!
Dr. Manoel (admirado com a reação da Paciente) - pois..pois..então vá para trás desta Bicha, apontando para Zé Tripé, um Negão de 2 metros por 1,5mt de largura, pois estou a lhe aplicar uma Pica! Pronto!! Daí pra frente Dr. Manoel perdeu a memoria!
Obs: Rapariga em Portugal é um Jovem Mulher!
Puto em Portugal é Menino!
Bicha em Portugal é Fila
Pica em Portugal é injeção!

Aprovado nos festivais estrangeiros, ‘Flores raras’ prepara agora sua estratégia para chegar ao Oscar






A brasileira Gloria Pires e a australiana Miranda Otto, como Lota e Bishop: elogios na imprensa americana
Foto: Divulgação





A brasileira Gloria Pires e a australiana Miranda Otto, como Lota e Bishop: elogios na imprensa americana Divulgação
RIO - Visto por cerca de 161 mil pagantes em duas semanas de exibição no Brasil, “Flores raras”, de Bruno Barreto, que já viajou por dez festivais no exterior, incluindo os de Berlim (onde ganhou prêmio de público) e Tribeca, prepara agora sua marcha para ganhar os mercados estrangeiros. Na estratégia armada pelo casal de produtores Lucy e Luiz Carlos Barreto, o circuito dos Estados Unidos é o primeiro da fila. Produzida ao custo de R$ 13 milhões, a história de amor entre a poeta americana Elizabeth Bishop (1911-1979) e a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (1910-1967), vividas por Miranda Otto e Gloria Pires, estreia no primeiro fim de semana de dezembro em Nova York e em Los Angeles, a fim de se habilitar para disputar o Oscar.
— Apesar de já termos iniciado negociações com a Alemanha, com países escandinavos, com a Coreia do Sul e com algumas nações do Oriente Médio, o filme só vai entrar em cartaz na Europa depois de estrear em território americano — diz Luiz Carlos Barreto, o Barretão, lembrando que sua distribuidora nos EUA é a Wolfe, a mesma do premiado “Tomboy” (2011), de Céline Sciamma.
Pelas regras da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, “Flores raras” não pode concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro por ser majoritariamente falado em inglês. Mas, para Lucy, ele tem chance de disputar outras categorias.
— Além das duas atrizes, a direção de arte, na caracterização do Rio de Janeiro dos anos 1950 e 60, é um ponto para indicações aos prêmios — afirma a produtora, que encampou o filme como um projeto pessoal desde 1995, quando adquiriu os direitos do livro “Flores raras e banalíssimas” (Rocco), de Carmen L. Oliveira, centrado na paixão de Lota e Elizabeth.
Antes da estreia de “Flores raras” nos EUA, um agente de vendas internacionais leva o filme para o Festival de Toronto (de 5 a 15 de setembro), no Canadá. Lá a produção terá exibições paralelas à programação oficial do evento, considerado a melhor vitrine para longas que buscam visibilidade aos olhos da Academia.
Durante o Festival de Berlim, em fevereiro, revistas especializadas em cinema dos EUA como a “Screen International” elogiaram o vigor dramático de “Flores raras”. Em seu texto para “The Hollywood Reporter”, a crítica Deborah Young ressaltou que a experiência de Bruno Barreto na indústria americana, com longas como “Atos de amor” (1996) e “Assassinato sob duas bandeiras” (1990), deu ao cineasta domínio da construção de personagem. Deborah ainda elogiou a maneira como o diretor administra duas atrizes de perfil e bagagem cultural tão diferentes como Miranda e Glória para relatar o romance entre Elizabeth e Lota, indo além do perfil de filme GLS.
— Em 1959, quando estava grávida de minha filha (a também produtora) Paula, eu conheci Lota e Bishop, aqui no Brasil. Assisti da casa onde vivi durante anos, no Flamengo, ao processo de construção do Aterro, sob os cuidados de Lota. Nosso filme é um resgate da memória da Lota e de sua importância para esta cidade — diz Lucy Barreto, rebatendo as críticas, que hoje correm na internet, de que o filme não faz menção à participação do arquiteto Affonso Eduardo Reidy (1909-1964) na concepção do Aterro. — Ele não é um filme sobre arquitetura. É um filme sobre duas mulheres e o amor, com licenças poéticas.
Em maio, “Flores raras” foi exibido no Marché du Film do Festival de Cannes, e foi a produção latino-americana mais elogiada entre os distribuidores internacionais, seguida pelo mexicano “Heli”, de Amat Escalante. Até dezembro, o filme será exibido nos festivais de Haifa (Israel), Internacional de Cine de Viña del Mar (Chile), Mar Del Plata (Argentina) e Thessaloniki (Grécia).
— O aprisionamento dos filmes brasileiros ao mercado interno é uma armadilha para nossa indústria — diz Barretão. — Temos, apesar de toda a burocracia no setor audiovisual, potencial para exportar nossos filmes, diante da forte demanda estrangeira acerca da cultura brasileira. É importante intensificar a carreira internacional de nosso cinema.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/aprovado-nos-festivais-estrangeiros-flores-raras-prepara-agora-sua-estrategia-para-chegar-ao-oscar-9749772#ixzz2dSp8rNm2
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FONTE: http://oglobo.globo.com/cultura/aprovado-nos-festivais-estrangeiros-flores-raras-prepara-agora-sua-estrategia-para-chegar-ao-oscar-9749772


Entrevista

09/11/2012 18h47 - Atualizado em 14/08/2013 18h27

Tracy Middendorf

Americana está em 'Flores Raras', no qual fala português

Longa que narra o romance entre a arquiteta Lota de Macedo Soares e a poetisa Elizabeth Bishop, Flores Raras conta com duas atrizes estrangeiras entre as protagonistas. Uma delas é a americana Tracy Middendorf, que vive Mary, companheira de Lota por mais de uma década – a outra é a australiana Miranda Otto. Com produções como as séries “Barrados no Baile”, “24 Horas”, “CSI” e “Boardwalk Empire”, além do filme “Missão Impossível 3”, no currículo, a atriz conta um pouco da experiência de filmar no Brasil nesta entrevista: “Em duas semanas, tive de soar fluente em português”.
Quem é a Mary e qual é a participação dela na história de 'Flores Raras'?
A Mary era uma dançarina que estudou no Vassar College (prestigiada escola de artes liberais), em Nova York, e encontrou a Lota em um navio no qual estava trabalhando. Obviamente, elas se sentiram atraídas e algo aconteceu entre as duas na ocasião (risos). Então, ela decidiu se mudar para o Brasil e viveu com a Lota, de quem foi companheira por dez anos. Então, sua amiga, Elisabeth Bishop, se torna famosa e vem visitá-la. É quando Lota deixa Mary para se relacionar com Bishop. Apesar disso, Mary continua vivendo em uma casa anexa à de Lota, com quem havia adotado uma criança.

O que te atraiu neste projeto?
Eu li o roteiro e adorei as personagens. Além disso, conhecia o trabalho do Bruno Barreto e precisava vir ao Brasil! Então, foi muito fácil decidir participar. 

Como você resolveu a questão da língua para interpretar a Mary, que viveu por muito tempo no Brasil?
Quando eu cheguei ao Brasil, só sabia falar “obrigada” em português. Mesmo assim, acho que falava errado: “obrigado” (risos). Como meu marido já havia viajado bastante pelo Brasil e sabia um pouquinho mais, tentou me ajudar. Eu precisei aprender um pouco de português porque a Mary era fluente na língua. Então, em duas semanas tive de soar fluente. O primeiro passo foi aprender os sons peculiares do português, ou seja, que não temos no inglês. Palavras como “não” e “fazer”, que têm sons diferentes para mim. Então, tive de trabalhar duro com uma fonoaudióloga todos os dias no set. 

O que você aprendeu da língua exatamente?
Aprendi a dizer as minhas falas no filme, mas tentei também aprender um pouco mais para poder improvisar, embora seja difícil fazer isso em uma língua que você não domina. “Eu não posso fazer nada” e “Isso não tá certo” foram algumas dessas frases. Mas, no filme, a pronúncia ficou melhor que agora (risos).


 http://globofilmes.globo.com/noticia-561-Tracy-Middendorf.htm
 

Elizabeth Bishop, a poetisa americana de ‘Flores Raras’


Meire Kusumoto
Quando o nascimento da poetisa americana Elizabeth Bishop (1911-79) completou 100 anos, em fevereiro de 2011, as comemorações no Brasil foram tímidas, sem grandes eventos ou relançamentos. Uma injustiça com um dos maiores nomes da poesia americana do século XX, que viveu por cerca de 20 anos, entre idas e vindas, em terras brasileiras, de onde saiu boa parte de sua produção. Uma injustiça que o livro Conversas com Elizabeth Bishop (Autêntica Editora, 192 páginas, 39,90 reais), uma reunião de entrevistas com a escritora lançada agora, e o filme Flores Raras, do cineasta Bruno Barreto, que entra em cartaz nesta sexta-feira, ajudam a desfazer.

LEIA TAMBÉM: ‘Queria falar da perda’, diz Bruno Barreto sobre ‘Flores Raras’

Foi no Brasil que Elizabeth viveu dois momentos cruciais, costumeiramente os mais lembrados quando se trata da biografia da poetisa: o anúncio de que ela tinha ganhado o Prêmio Pulitzer, em 1956, e o seu intenso relacionamento amoroso com a arquiteta carioca, embora nascida em Paris, Maria Carlota de Macedo Soares (1910-67), entre 1951 e 1967, quando Lota, como era chamada, cometeu suicídio. O romance deu origem ao livro Flores Raras e Banalíssimas (Rocco, 248 páginas, 34,50 reais), da escritora Carmen Oliveira, que acaba de ganhar nova edição de carona no filme de Barreto, ao qual serviu de base.


MAIS: ‘Flores Raras’ será um filme “para o mundo”, diz Bruno Barreto

Biografia - Quando embarcou no navio SS Bowplate em Nova York rumo ao Brasil, em 1951, Elizabeth Bishop tinha 40 anos e planos de viajar pela América do Sul em busca de um sentido para a vida, até então marcada por perdas. Seu pai, William Thomas Bishop, morreu de insuficiência renal crônica quando ela tinha apenas oito meses e, a mãe, Gertrude, abalada, foi aos poucos perdendo o equilíbrio mental. Em 1915, mãe e filha se mudaram para Nova Escócia, no Canadá, onde residia a família de Gertrude e onde ela se internou no ano seguinte em uma clínica psiquiátrica. Elizabeth nunca mais veria a mãe, que em 18 anos morreria no mesmo hospital.
Sem os pais, a futura poetisa ficou sob os cuidados dos avós maternos até 1917, quando foi assumida pelos paternos e levada de volta para a sua cidade natal, Worcester, em Massachusetts. Ainda que tivesse conforto no lar dos abastados Bishop, Elizabeth se sentia só e abandonada, situação que piorou quando desenvolveu asma e uma série de alergias, que a impediram de frequentar a escola regular. A solidão era um mal que ela custou a superar: em 1948, escreveria para o amigo e poeta Robert Lowell, dizendo que era a pessoa mais solitária que já havia existido. Ao chegar ao Brasil, contudo, se sentiria em casa. Se não pelo próprio país, ao menos pela relação com Lota.
No ano seguinte, foi morar com uma tia e seu marido, Maude e George Shepherdson, que eram pagos para cuidar da menina, mas davam afeto e a deixavam visitar a família nas férias. Educada em casa, Elizabeth teve professores particulares e amplo acesso à biblioteca da tia, onde havia volumes de poetas como Robert Browning, Alfred Tennyson e Henry David Thoreau. Ela chegou a frequentar a escola por um ano, entre 1926 e 27, mas a sua educação formal só começou de fato em 1928, quando foi enviada para um internato na cidade de Natick. Em 1930, ela iniciou o ensino superior na Vassar College, em Poughkeepsie, estado de Nova York, onde se formou em Literatura Inglesa. Sem necessidade de trabalhar graças à herança que o pai, dono de uma construtora, havia deixado, após a formatura se dedicou a viajar e a escrever o primeiro livro, Norte e Sul, publicado em 1946, poucos anos antes de deixar os Estados Unidos.

Conheça as principais obras de Elizabeth Bishop

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Norte & Sul / North & South (1946)

Primeiro livro de poesia de Elizabeth Bishop, foi publicado enquanto a poetisa ainda estava nos Estados Unidos, em 1946. A obra reúne poemas escritos em diversos lugares dos EUA e em Paris, frutos das muitas viagens que a escritora fez durante a juventude, entre os anos 1930 e 40. No Brasil, algumas poesias de Norte & Sul foram publicadas no livro Poemas Escolhidos (tradução de Paulo Henriques Britto, Companhia das Letras, 416 páginas, 44,50 reais), um dos dois únicos volumes de versos (ambos coletâneas) de Elizabeth lançados no país pela Companhia das Letras. O outro é Poemas do Brasil, atualmente esgotado.
 
Chemin de Fer
 
Sozinha nos trilhos eu ia,
coração aos saltos no peito.
O espaço entre os dormentes
era excessivo, ou muito estreito.
 
Paisagem empobrecida:
carvalhos, pinheiros franzinos;
e além da folhagem cinzenta
vi luzir ao longe o laguinho
 
onde vive o eremita sujo,
como uma lágrima translúcida
a conter seus sofrimentos
ao longo dos anos, lúcida.
 
O eremita deu um tiro
e uma árvore balançou.
O laguinho estremeceu.
sua galinha cocoricou.
 
Bradou o velho eremita:
“Amor tem que ser posto em prática!”
Ao longe, um eco esboçou
sua adesão, não muito enfática.
(Tradução de Paulo Henriques Britto)

O Brasil e a obra –
Elizabeth desembarcou em Santos (SP), de onde seguiu de trem até o Rio. Ao chegar na cidade, foi recebida pela dançarina de balé Mary Morse, ex-colega de escola em NY, e sua companheira, Lota, que lhe ofereceram hospedagem por quanto tempo desejasse. E a estada no país, programada para durar algumas semanas, estendeu-se por duas décadas. No começo, Elizabeth e Lota, de personalidades opostas, se estranharam. Até a escritora ter alergia a um caju, a arquiteta cuidar dela e o inevitável acontecer.

Por cerca de dezesseis anos, Elizabeth viveu ao lado de Lota, de personalidade forte e expansiva, contrastante com seu jeito de ser, retraído e reservado – resultado, possivelmente, da infância traumática sem os pais. Paulo Henriques Britto, principal tradutor da autora no Brasil, lembra que, antes do Brasil, apenas no Canadá, onde viveu por seis anos, ela se sentiu acolhida.
Para Britto, é notável em suas crônicas a presença de temas ligados à infância e ao tempo passado junto à família da mãe, cujo afeto lembrava vagamente o do povo brasileiro. Mesmo imersa em um ambiente que sentia caloroso, contudo, Elizabeth manteve o seu estilo discreto, evitando o tom confessional, tanto em sua prosa quanto em sua poesia. Em 1955, ela recebeu o Prêmio Pulitzer por Poems: North and South – A Cold Spring, seu segundo livro, escrito no Brasil, e o National Book Award por The Complete Poems, de 1969.

Ao longo das décadas de 1950 e 60, o relacionamento com Lota foi se tornando difícil. Cada uma se isolava em suas atividades. A arquiteta, amiga do então governador do Rio, Carlos Lacerda, estava tomada pelo projeto do Aterro do Flamengo, que idealizou e executou. Sem diploma, a autodidata Lota só ficou à frente do trabalho por sua amizade com Lacerda, embora tivesse méritos. Tanto o aterro quanto a Fazenda Samambaia, onde morava quando Elizabeth chegou, são marcos da arquitetura brasileira moderna, em que a funcionalidade se une à beleza.
Ao mesmo tempo em que a vida com Lota se deteriorava, a agitação em meio ao golpe militar de 1964 também incomodava a poetisa, que fugia de assuntos políticos. Sentindo-se mais uma vez abandonada, ela se afogou no álcool, vício antigo que ia e voltava. Em busca de um emprego, Elizabeth decidiu se mudar para Nova York, para onde Lota seguiu, em 1967, para um curto reencontro. Deprimida, a arquiteta se mataria pouco depois, de uma overdose de tranquilizantes.
Elizabeth nunca se recuperou do choque provocado por mais uma perda. Tentou reestabelecer sua vida no Brasil, mas deixou o país novamente por questões políticas, se estabelecendo em 1970 nos Estados Unidos, após um convite para lecionar na Universidade de Harvard, onde ficou até o ano de sua morte, em 1979, por um aneurisma cerebral.
Das injustiças do Brasil com Elizabeth, tem-se a publicação apenas parcial de sua obra. Segundo Paulo Henriques Britto, nenhum livro foi publicado integralmente no país e os poemas só aparecem em duas coletâneas, Poemas do Brasil, de 1999, atualmente esgotada, e Poemas Escolhidos, de 2012, ambas da Companhia das Letras. Mesmo agora, que a editora prepara o lançamento de um livro com a produção em prosa da poetisa para 2014 — que inclui alguns textos inéditos–, houve uma seleção, feita por Britto. Mas, se o país não está na lista de seus maiores leitores, ao menos pode se orgulhar de ter sido fundamental para uma das poetisas mais importantes do século XX.

Gloria Pires e Miranda Otto participam da entrevista coletiva do filme “Flores Raras”

Flores Raras - Lez Femme

 

As atrizes Miranda Otto e Glória Pires, e o diretor Bruno Barreto, participaram de entrevista coletiva, nesta segunda-feira (5), em hotel de São Paulo, para divulgar o filme “Flores raras“. Com estreia prevista para 16 de agosto, o longa retrata a passagem da escritora norte-americana Elizabeth Bishop pelo Brasil, onde viveu durante os anos 50 e 60, e seu romance com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares.

Miranda viajou da Austrália ao Brasil para falar sobre sua personagem, a poeta Bishop, vencedora do Prêmio Pulitzer de 1956. “Eu me senti sortuda em vir ao Rio e fazer o filme. Quando recebi o e-mail me oferecendo o papel, eu não conhecia muito a história, mas depois de ler o roteiro achei brilhante. Fiquei muito feliz com o convite”, disse. A atriz ouviu gravações de Bishop lendo poesias e viu fotografias para criar a personagem. “Trabalhamos em conjunto para levar esse processo de criação da poesia para as telas sem que ficasse chato”, afirmou.

Apesar do elenco, a produtora Paula Barreto diz que houve dificuldade em encontrar patrocínio por conta da questão da homossexualidade. “O filme custou R$ 13 milhões. Se não fosse a coragem dos nossos parceiros iniciais de apostarem no tema, ele não teria se realizado. O único investidor privado é o Itaú. Ainda temos dívidas que esperamos quitar com o lançamento”, afirma. Paula conta que “Flores raras” já foi comprado para ser distribuído para na Alemanha e Coreia, além de países da Escandinávia. “Nos EUA, ele será exibido na primeira semana de novembro, em cinco cidades norte-americanas, para concorrer ao Oscar, principalmente aos prêmios para as duas atrizes”, aposta a produtora.

Bruno contou que sua mãe, a produtora Lucy Barreto, comprou os direitos para o filme em 1995. “Ela me ofereceu, mas não me interessei. Ela também ofereceu para outros cineastas, como o Hector Babenco, que recusou. Aí ela também já tinha chamado a Glória para ser a Lota, que aceitou”. Barreto disse que, em 2004, ao ver sua ex-mulher (a atriz americana Amy Irving) fazer um monólogo de Bishop nos EUA, sentiu vontade de fazer esse filme.

“Fui ler a poesia dela e comecei a procurar o ângulo da história e o que permeava era a perda. Seria uma história de amor para falar de perda. Conhecia a Miranda do filme do Michel Gondry, ‘A natureza humana’, e foi o casamento perfeito”, afirma. “Meu maior trabalho como diretor foi ouvi-las. Chegou um momento que elas sabiam mais das personagens do que eu. Talvez o fato de eu ter sido casado com uma grande atriz durante 15 anos me ajudou nisso”, completa.

Glória Pires vive Lota, conhecida por idealizar e supervisionar a construção do Parque do Flamengo (ou Aterro do Flamengo), e diz que o que a atrai na escolha de um personagem é justamente o aprendizado. “Eu tenho esse ímpeto da Lota, embora ela seja mais aberta do que eu. Sou uma pessoa comedida, tenho a crença pessoal de que as coisas precisam de tempo para amadurecer”, conta. Glória afirma que o filme estreia em um momento importante, em que há a discussão sobre o casamento gay. “Ele só vem a acrescentar e mostra duas mulheres querendo uma vida comum. O filme desmistifica o universo gay. Elas são seres humanos, com expectativas e medos”, diz a atriz.

Como Lota não gostava de sair em fotos, Glória conta que se baseou em livros que falam sobre a arquiteta. “Alguns relatos se referiam à forma de falar e agir. Embora a condição de homossexual não fosse livre naquela época, ela falava palavrão e tinha intimidade com os peões, uma camaradagem bem masculina”, afirma. Com boa parte do filme falada em inglês, Glória diz que “as cenas de mais emoção” foram as que mais a preocuparam. Sobre a questão da homossexualidade, Glória diz que esse fator “não foi o problema, mas a solução”. “Eu busco desafios. Há 40 anos trabalho como atriz, fazendo TV na maioria do tempo, embora eu tenha sempre tentado fugir às regras, de alguma forma você fica enquadrado no bom e no mau sentido. Foram 17 anos esperando esse filme acontecer. Para mim foi um presente”, afirma.

Bruno aproveitou para elogiar a atriz, com quem seu irmão Fábio Barreto já trabalhou em “O Quatrilho”. “A Glória é um monstro em português, mas não sabia que era em inglês também. Você vê Antonio Banderas e Penélope Cruz, que não vingaram fazendo papéis dramáticos em inglês. É incrível o comando que ela tem”, afirma. Questionado sobre uma possível comparação entre “Dona flor e seus dois maridos”, seu filme de maior sucesso de bilheteria, e “Flores raras”, Barreto brinca: “Quem será o Vadinho? Acho que a Lota é o Vadinho, a Miranda é a Dona Flor e a Mary é o segundo marido, que é mais careta”. O cineasta ainda complementa ao dizer que a música “Fulgaz”, de Marina Lima, é um resumo do relacionamento de Lota e Bishop. “Aquele trecho ‘E a gente faz um país’ mostra exatamente o que era a relação delas”.

 Flores Raras

Miranda Otto conta como foi interpretar Elizabeth Bishop

Rosto conhecido em superproduções hollywoodianas como “Senhor dos Anéis” e “Guerra dos Mundos”, a atriz australiana Miranda Otto recebeu o convite do cineasta brasileiro Bruno Barreto para interpretar a poeta Elizabeth Bishop como uma mistura de presente e desafio. “Flores Raras”, coprodução Globo Filmes que chega aos cinemas no dia 16 de agosto, narra a história de amor entre a americana e arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (vivida por Glória Pires) durante as décadas de 50 e 60.  No Brasil para o lançamento do filme, a atriz falou ao portal da Globo Filmes sobre a adaptação ao trabalho no Brasil e contou curiosidades sobre o processo de reconstrução de sua personagem.

Como foi trabalhar com o Bruno no Brasil? E a experiência de contracenar com atores brasileiros?
Considero uma sorte enorme ter vindo trabalhar no Brasil. Foi diferente de meus outros trabalhos. É uma outra filosofia, um jeito diferente de trabalhar. De certa forma foi um desafio, uma experiência nova atuar num filme brasileiro com personagens tão fantásticos. Foi uma oportunidade incrível que recebi do Bruno poder vir ao Brasil fazer esse filme lindo.

Apesar de falado boa parte do tempo em inglês, ‘Flores Raras’ é um filme brasileiro e o português não deixa de estar presente e alguns diálogos. Como foi trabalhar com essa mistura de idiomas?
Como você disse, pelo fato da maior parte do filme ser em inglês acabou sendo mais fácil. Eu também tive a excelente desculpa de que a Elizabeth Bishop não falava muito bem e nem com tanta frequência.  Durante o processo de construção no set, eu também contei com o excelente suporte dos preparadores que sempre me auxiliavam para cenas de português ajudando minha compreensão e indicando como eu estava indo. Quando tive algum problema sempre pude contar também com a ajuda dos tradutores.

Você chegou a aprender algo de português com o trabalho no filme?

Na verdade muito pouco, basicamente só o que foi falado nos diálogos dele. A questão do idioma acabou sendo natural justamente pela questão da Elizabeth, assim como eu, não saber falar português tão bem assim.

Como foi o processo de construção do personagem? De que forma você se preparou para interpretar a Elizabeth Bishop?
Foram diferentes referências e todas muito ricas. Tive contato com a biografia e história da Elizabeth através de registros de pessoas que participaram da vida dela. Além disso, estudei também através de fotos muito interessantes, de ângulos variados que me deram novas formas de olhar o personagem. Li algumas correspondências dela, inclusive com o Robert Lawell, um dos amigos mais próximos que a Elizabeth teve. Também ouvi gravações de sua voz falando as poesias em diferentes momentos de sua vida. Foi um trabalho de resgate da identidade muito grande, tive acesso a muitas referências.

http://www.lezfemme.com.br/wp-content/uploads/2013/08/Flores-Raras-Lez-Femme.jpg

10 COISAS QUE TODOS DEVERIAM SABER SOBRE CUBA E OS CUBANOS.


Obs.: Isso nunca será mostrado pela Globo, Veja, Folha e muito menos será contado pelos direitistas de plantão:

1) Sim, eles falam outra língua, mas é parecida com a nossa. Não há dificuldade na comunicação.

2) Eles são como nós, resultado de bela mestiçagem. São taínos, ciboneys, europeus ibéricos, africanos e tudo isso junto.

3) O modelo de educação socialista praticamente aboliu o racismo naquele país. É uma cultura humana de respeito à diversidade.

4) Os cubanos sorriem bastante, gostam de humor e de uma boa prosa.

5) Como médicos, são bons psicólogos. Conversam bastante, são meticulosos e raramente diagnosticam uma simples virose.

6) Os cubanos fizeram o único país das Américas onde não há mais crianças desnutridas.
http://revistaforum.com.br/blog/2012/02/unicef_confirma_que_cuba_tem_0__de_desnutricao_infantil/

7) Sim, eles são ótimos para lidar com problemas básicos de saúde, mas também são bambas em biotecnologia. Nos últimos anos, registraram 600 patentes de remédios, vacinas, softwares e equipamentos de diagnóstico. Foi lá que se desenvolveu, por exemplo, a vacina contra o câncer de pulmão.

Nos últimos anos, Cuba se viu livre da difteria, do sarampo, da coqueluche, da poliomielite e da febre amarela, entre outras doenças.

9) O país com o maior número proporcional de centenários (pessoas com 100 anos ou mais) é Cuba. Supera de longe o Japão, que fica em segundo lugar.
http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/cuba-supera-japao-em-porcentagem-de-centenarios,912ab048a67ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

10) Médicos cubanos recebem forte formação humanista. Sabem que não exercem a profissão como um negócio, mas como uma forma solidária de gerar saúde e bem-estar. Que sejamos conscientes para estabelecer com eles uma sólida relação fraterna. Ganhamos todos.

Leia sobre a medicina cubana, antes de repetir bobagens:
http://revistaforum.com.br/blog/2013/08/dez-informacoes-sobre-a-saude-e-a-medicina-em-cuba/

http://ije.oxfordjournals.org/content/35/4/817.full

Como Cuba têm tantos médicos:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/06/130608_cuba_medicos_pai.shtml

Cuba apresenta vacina contra câncer de pulmão
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/30036/cuba+apresenta+vacina+contra+cancer+de+pulmao+.shtml

Cuba: 50 verdades que Yoani Sánchez ocultará
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/opiniao/27464/cuba+50+verdades+que+yoani+sanchez+ocultara.shtml

Cuba erradicou a hepatite B em crianças
http://latino.foxnews.com/latino/health/2012/06/24/cuba-says-it-eradicated-viral-hepatitis-b-in-children/

Cuba registra menor taxa de mortalidade infantil da América em 2012
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2013/01/03/cuba-registra-menor-taxa-de-mortalidade-infantil-da-america-em-2012.htm

Cuba anuncia tratamento de câncer sem efeito colateral
http://www.otempo.com.br/capa/mundo/cuba-anuncia-tratamento-de-câncer-sem-efeito-colateral-1.694885

Fonte: Walter Falceta Jr

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...

 Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:
"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".
No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:
- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !
Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.
A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?
No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."
O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda"
(Autor desconhecido).

terça-feira, 27 de agosto de 2013

ENTENDA PORQUE MÉDICOS CUBANOS NÃO SÃO ESCRAVOS!



Especialista em estudos cubanos, o jornalista Hélio Doyle explica por que a remuneração dos profissionais de saúde de Cuba é paga diretamente ao governo de Raúl Castro; em primeiro lugar, porque os médicos, servidores públicos cubanos, estão vindo em missão oficial, e não como pessoas físicas; além disso, na sociedade cubana, é aceita a tese de que os ganhos com a exportação de serviços devem ser compartilhados entre toda a população; situação é análoga à de empresas brasileiras de engenharia que prestam serviços no exterior, onde a remuneração dos engenheiros é paga pelas construtoras, e não pelos governos; artigo é resposta clara à crítica conservadora.




25 de Agosto de 2013 às 18:19

247 - Autor de uma série de artigos sobre a vinda dos médicos cubanos, reunidos no 247 sob o título "O que você precisa saber sobre médicos cubanos" (leia mais aqui), o jornalista Hélio Doyle publicou neste domingo uma resposta clara aos jornalistas e críticos do programa Mais Médicos que apontam escravidão na vinda de profissionais de saúde daquele país. Leia abaixo: 

UM POUCO MAIS SOBRE OS MÉDICOS CUBANOS
Parece que o último argumento contra a contratação dos médicos cubanos é a remuneração que vão receber. Pois é ridículo, quando prevalecem fatos, indicadores internacionais e números, falar mal do sistema de saúde e da qualidade dos médicos de Cuba. A revalidação de diploma também não é argumento, pois os médicos estrangeiros trabalharão em atividades definidas e por tempo determinado, nos termos do programa do governo federal. Não tem o menor sentido, também, dizer que os cubanos não se entenderão com os brasileiros por causa da língua – primeiro, porque vários deles falam o português e o portunhol, segundo porque os médicos cubanos estão acostumados a trabalhar em países em que a lingua falada é o inglês, o francês, o português e dialetos africanos, e nunca isso foi entrave.
Resta, assim, a forma de contratação e, mais uma vez sem medo do ridículo, falam até de trabalho escravo. Essa restrição também não tem procedência, nem por argumentos morais ou éticos (e em boa parte hipócritas), nem com base na legislação brasileira e internacional. Vamos a duas situações hipotéticas, embora ocorram rotineiramente.
1 – Uma empreiteira brasileira é contratada por um governo de país europeu para uma obra. Essa empreiteira vai receber euros por esse trabalho e levar àquele país, por tempo determinado, alguns engenheiros, geólogos, operários especializados e funcionários administrativos, todos eles empregados na empreiteira no Brasil. Encerrado o contrato no país europeu, todos voltarão ao Brasil com seus empregos assegurados. Quem vai definir a remuneração desses empregados da empreiteira e pagá-los, ela ou o governo do país europeu? É óbvio que é a empreiteira.
2 – Os governos do Brasil e de um país africano assinam um acordo para que uma empresa estatal brasileira envie profissionais de seu quadro àquele país para dar assistência técnica a pequenos agricultores. O governo brasileiro será remunerado em dólares pelo governo africano. A estatal brasileira designará alguns de seus funcionários para residir e trabalhar temporariamente no país africano. Quem vai definir a remuneração dos servidores da empresa estatal brasileira e lhes fará o pagamento, a estatal brasileira ou o governo do país africano? É óbvio que é a empresa estatal brasileira.
Por que, então, tem de ser diferente com os médicos cubanos? Eles não estão vindo para o Brasil como pessoas físicas, nem estão desempregados. São servidores públicos do governo de Cuba, trabalham para o Estado e por ele são remunerados. Quando termina a missão no Brasil (ou em qualquer outros dos mais de 60 países em que trabalham), voltam para Cuba e para seus empregos públicos.
Não teria o menor sentido, assim, que esses médicos, formados em Cuba e servidores públicos cubanos, fossem cedidos pelo governo de Cuba para trabalhar no Brasil como se fossem pessoas físicas sendo contratadas. Para isso, eles teriam de deixar seus postos no governo de Cuba. Como não faria sentido que os empregados da empreiteira contratada na Europa ou da estatal contratada na África assinassem contratos e fossem remunerados diretamente pelos governos desses países.  Trata-se de uma prestação de serviços por parte de Cuba, feita, como é natural, por profissionais dos quadros de saúde daquele país.
A outra crítica é quanto à remuneração dos médicos cubanos. Embora menor do que a que receberão os brasileiros e estrangeiros contratados como pessoas físicas, está dentro dos padrões de Cuba e não discrepa substancialmente do que recebem seus colegas que trabalham no arquipélago. É mais, mas não muito mais. Não tem o menor sentido, na realidade cubana, que um médico de seus serviços de saúde, trabalhando em outro país, receba R$ 10 mil mensais. E, embora os críticos não aceitem, há em Cuba uma clara aceitação, pela população, de que os recursos obtidos pela exportação de bens e serviços (entre os quais o turismo e os serviços de educação e saúde) sejam revertidos a todos, e não a uma minoria. O que Cuba ganha com suas exportações de bens e serviços, depois de pagar aos trabalhadores envolvidos, não vai para pessoas físicas, vai para o Estado.  
A possibilidade de ganhar bem mais é que faz com que alguns médicos cubanos prefiram deixar Cuba e trabalhar em outros países como pessoas físicas. É normal que isso aconteça, em Cuba ou em qualquer país (não estamos recebendo portugueses e espanhóis?) e em qualquer atividade (quantos latino-americanos buscam emigrar para países mais desenvolvidos?). Como é normal que muitos dos médicos cubanos aprovem o sistema socialista em que vivem e se disponham a cumprir as “missões internacionalistas” em qualquer parte do mundo, independentemente de qual é o salário. Para eles, a medicina se caracteriza pelo humanismo e pela solidariedade, e não pelo lucro.
É difícil entender isso pelos que aceitam passivamente, aprovam ou se beneficiam da privatização e da mercantilização da medicina e da assistência à saúde no Brasil. 


Comentários

131 comentários em "Entenda por que médicos cubanos não são escravos"
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  1. Antonioni 27.08.2013 às 07:54
    Cuba tem uma área menor que a do Estado de São Paulo. Quer dizer que tiha 4.000 médicos dando sopa por lá? Outra coisa, por que eles não podem trazer suas famílias? Porque Raúl teme a deserção em massa? Por que haveria deserção se lá é a ilha da fantasia?
  2. Napoleão Langendorf Leite 26.08.2013 às 19:32
    Achamos que é bem interessante essas manifestações que existem contra o trabalho dos médicos cubanos, inventaram várias coisas, falta de prepara, revalidação de diplomas, entre outras coisas, agora estão dizendo que os cubanos vão ser escravizados. O interessante nisso tudo, que não dão alternativa, só criticam, porque não esperam primeiro para ver o resultado em vez de procurarem dificultar o trabalho.
  3. Castello 26.08.2013 às 18:01
    Fala-se desta vinda de médicos cubanos tão exaltada, pois os planos de saúde capitalistas e tal... Não teríamos este capitalismo selvagem nos planos de saúde se o governo utiliza-se os impostos para promover a verdadeira saúde ao povo. Mas só existe corrupção em todos os níveis do governo. Dinheiro não falta, mas nossos impostos servem somente para enriquecer nossa realeza, que insiste em dizer que está tudo indo muito bem.Só não vê quem não quer.
  4. Carlos 26.08.2013 às 16:15
    então, de acordo com esse comentário, o Brasil está contratando o governo cubano, não os profissionais?
  5. Janaina Bulhões Miranda 26.08.2013 às 14:15
    O médico cubano é vergonhosamente usado como moeda de troca em negociatas internacionais. E o ministro da Saúde mente sobre o Programa Mais Médicos. Ele havia garantido que primeiramente os medicos brasileiros teriam prioridade. Há 20 dias fiz minha inscrição e aguardo até hoje um retorno do suporte técnico, pois minha senha simplesmente não foi aceita e não pude visualizar a lista de cidades inseridas no Programa. O SUS precisa ser implantado em todos os seus níveis, em todas as cidades, mas a responsabilidade de fazer a coisa funcionar está sendo covardemente empilhada nas costas dos médicos, quando são os secretários de saúde e os ministros que têm a obrigação de fazer o sistema rodar.
  6. Artur 26.08.2013 às 13:00
    1 – Uma empreiteira brasileira é contratada por um governo de país europeu para uma obra. Essa empreiteira vai receber euros por esse trabalho e levar àquele país, por tempo determinado, alguns engenheiros, geólogos, operários especializados e funcionários administrativos, todos eles empregados na empreiteira no Brasil. Encerrado o contrato no país europeu, todos voltarão ao Brasil com seus empregos assegurados. Quem vai definir a remuneração desses empregados da empreiteira e pagá-los, ela ou o governo do país europeu? É óbvio que é a empreiteira." Errado, a empreiteira tem que se adequar às leis trabalhistas do país europeu. Portanto se o funcionário ganha 700 reais no Brasil mas na França, por exemplo, o SM é de 2000 Euros o cara terá que ganhar 2000 Euros e, frisa-se, terá que ganhar em Euros e não em reais, visto que a moeda do local é Euro. "2 – Os governos do Brasil e de um país africano assinam um acordo para que uma empresa estatal brasileira envie profissionais de seu quadro àquele país para dar assistência técnica a pequenos agricultores. O governo brasileiro será remunerado em dólares pelo governo africano. A estatal brasileira designará alguns de seus funcionários para residir e trabalhar temporariamente no país africano. Quem vai definir a remuneração dos servidores da empresa estatal brasileira e lhes fará o pagamento, a estatal brasileira ou o governo do país africano? É óbvio que é a empresa estatal brasileira." Novamente errado. a) Supondo que o governo brasileiro cobre para dar um ciclo de palestras de profissionais brasileiros, esses irão com seus passaportes e darão as palestras normalmente desde que não se infrinja nenhuma lei do país em questão. b) O governo africano quer profissionais brasileiros para ficar a disposição deles para serem enviados para os locais onde esses julgam mais interessante. Ele então abre um edital, contrata os brasileiros e não o governo brasileiro. Cidadãos, ainda que não há o que se falar em cidadão em um local onde não há democracia, não são mercadorias que podem ser vendidas ou alugadas. "A outra crítica é quanto à remuneração dos médicos cubanos. Embora menor do que a que receberão os brasileiros e estrangeiros contratados como pessoas físicas, está dentro dos padrões de Cuba e não discrepa substancialmente do que recebem seus colegas que trabalham no arquipélago. É mais, mas não muito mais. Não tem o menor sentido, na realidade cubana, que um médico de seus serviços de saúde, trabalhando em outro país, receba R$ 10 mil mensais." Eles não trabalham em Cuba, trabalham no Brasil, devem seguir às leis brasileiras, completamente sem sentido a arJUMENTAção. "E, embora os críticos não aceitem, há em Cuba uma clara aceitação, pela população, de que os recursos obtidos pela exportação de bens e serviços (entre os quais o turismo e os serviços de educação e saúde) sejam revertidos a todos" É mesmo? Quando que isso foi votado? Plebiscito? E, ainda que fosse o caso: a) Novamente não mudaria nada o que acham os cubanos (não se pode falar em cidadãos visto que cidadania é condição daquele que tem direitos políticos), eles estão no Brasil. b) Ainda que tivesse ocorrido um plebiscito isso se chamaria ditadura da maioria, quando uma maioria decide "democraticamente" o que uma minoria deve fazer. c) Dizer que há uma aceitação sem uma eleição, plebiscito, referendo é algo risível e é necessário se despir de qquer senso do ridículo para afirmar tal coisa.
  7. Juan 26.08.2013 às 11:22
    Só quero chamar a atenção ao primeiro parágrafo do texto, onde se fala em "dialetos africanos". os africanos falam LÍNGUAS, não dialetos. Se referir às línguas africanas como "dialetos" reflete uma visão eurocentrista, colonialista (para não usar outra palavra...), que não é sustentada por estudos linguísticos. O zulu e tanto um dialeto do bantu quanto o português é um dialeto do latim.
  8. Marco Lisboa 26.08.2013 às 11:06
    Leiam mais o Granma, órgão oficial do PCC (partido comunista cubano). Cuba experimenta epidemias de dengue e de cólera. A excelência da medicina preventiva cubana é um mito. Saúde e educação, que por muito tempo foram os maiores êxitos do regime estão em plena degradação. Assim como o esporte. Leiam os jornais para saberem como foi decepcionante o desempenho dos cubanos em Moscou. E, como é costumeiro, um velocista desertou.
  9. Marco Lisboa 26.08.2013 às 11:01
    Quando os médicos cubanos começarem a desertar e a dar entrevistas em Miami, como fizeram os coitados que foram para a Venezuela, essa questão será colocada em sua verdadeira dimensão. É corriqueiro que cubanos desertem no exterior. Uma atleta acabou de fazê-lo, em Moscou. Todo futuro desertor irá jurar de pé juntos que veio por ideal e não por dinheiro. Faz parte. Nem os próprios cubanos acreditam nisso, tanto que mandam os agentes do G2 junto com toda delegação. E mesmo assim, os mais espertos se mandam.

  10. Marco Lisboa 26.08.2013 às 10:54
    Perguntas simples: quando ganharão os médicos cubanos, ou isso não é da conta do governo brasileiro? Quando o estado contrata empresas terceirizadas ele se obriga a fiscalizar as condições de trabalho, sob pena de ser responsabilizado por eventuais irregularidades. Os cubanos terão seu passaporte retido? Por quem? pelas autoridades brasileiras? Caso contrário, poderão exercer o direito de ir e vir? Fazer compras no Paraguai, por exemplo, como os argentinos, portugueses e outros médicos? Se não, o Brasil será solidário com essa restrição aos direitos fundamentais? Se solicitarem asilo, serão devolvidos? Se tiverem filhos com brasileiras, terão o mesmo tratamento que Ronald Biggs, ou nem isso? É legal que o exercício de uma profissão, regulada por lei seja ultrapassado por uma MP? é legal que alguém receba menos que o salário mínimo vigente no país ou menos do que o piso legal estabelecido para a profissão? E para simplificar, isso aqui é Brasil ou a grande Cuba? Valem as nossas leis e a nossa constituição, ou os cubanos vão viver aqui como se estivessem em sua terra, vigiados pelo serviço secreto cubano, que certamente mandou seus agentes entre os médicos? Nós vamos nos prestar a isso?

    Leia mais :
    http://www.brasil247.com/pt/247/saudeebemestar/112780/Entenda-por-que-médicos-cubanos-não-são-escravos.htm
     
  11.  
    'Xenofobia' 28/08/2013

    Ministro lamenta postura de médicos manifestantes contra estrangeiros

    "Foram atitudes truculentas, incitaram o preconceito e a xenofobia", disse o ministro da Saúde Alexandre Padilha, sobre protesto em Fortaleza. Governo pode acionar Polícia para garantir a segurança dos médicos estrangeiros
    notícia 36 comentários
    Bruno de Castro brunobrito@opovo.com.br
    THIARA NOGUEIRA/ ESPECIAL PARA O POVO
    Em entrevista coletiva ontem, Odorico Monteiro afirmou que a manifestação da última segunda foi demonstração de "truculência, violência, agressividade, xenofobia, preconceito e racismo"
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    O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lamentou a postura de cerca de 50 médicos de Fortaleza que, na noite da última segunda-feira (26), hostilizaram médicos estrangeiros do programa Mais Médicos, que saíam de um curso na Escola de Saúde Pública do Ceará. “Foram atitudes truculentas, incitaram o preconceito e a xenofobia”, disse Padilha. “Eles (os médicos de Fortaleza) participaram de um verdadeiro corredor polonês da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a população apenas naqueles municípios onde nenhum profissional quis fazer atendimento”, disse Padilha.

    Em entrevista coletiva ontem, o secretário de gestão estratégica e participativa do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro, também criticou o protesto do Sindicato dos Médicos do Estado (Simec) contra a vinda dos profissionais sem submissão ao Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida). Conforme ele, o ato foi uma demonstração clara de “truculência, violência, agressividade, xenofobia, preconceito e racismo”, pois os manifestantes tacharam os médicos de “escravos” e “incompetentes”, além de terem gritado: “voltem pra senzala”.

    O secretário apoiou a nota emitida pelos conselhos Estadual e Municipal de Saúde em repúdio ao protesto. Até a tarde de ontem, o documento havia sido subscrito por 20 entidades, algumas de defesa dos direitos humanos. “Esses médicos foram agredidos. É necessária uma retratação do sindicato, que incitou médicos a praticar violência. A manifestação deve acontecer. O que repudiamos é a truculência. Eu mesmo fui vítima de empurrões, tapas e de um ovo”, denunciou, recusando-se a informar se registrou Boletim de Ocorrência, se foi ou seria submetido a exame de corpo de delito ou se pretende registrar queixa contra o Simec.

    Segurança dos médicos

    De acordo com Odorico, as cúpulas das polícias federal e estadual e da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) já estão articuladas para possíveis intervenções. “Cabe ao governo brasileiro garantir a defesa e proteção dos profissionais. Essa proteção vai ser garantida”, disse.

    O secretário estadual da Saúde, Arruda Bastos, também criticou o protesto. “Foi lamentável. Foi um dia negro para as entidades que estavam aqui se manifestando. Não podemos aceitar grosserias e injúrias. Fazemos um apelo para que as entidades respeitem os médicos. Esses médicos vieram atendendo a um pedido do governo brasileiro. Não justifica nenhum ato como o que aconteceu”.

    Presidente do Conselho Estadual, João Marques classificou o episódio como “fato isolado” e que não representa o Mais Médicos no resto do País. Mas ponderou: “é triste ver uma categoria de extrema importância entrar no processo dessa forma. O que está em jogo é a sobrevivência do sistema de saúde”. (com Agência Estado)

    Serviço
    Assembleia do Sindicato dos Médicos para debater os rumos do movimento contra o “Mais Médicos”
    Quando: hoje, às 19 horasOnde: Conselho Regional de Medicina do Ceará (rua Floriano Peixoto, 2021, bairro José Bonifácio, Fortaleza)

    Multimídia

    A chegada dos médicos estrangeiros e a segurança deles no Ceará é o Tema do Dia na cobertura de hoje dos veículos do Grupo de Comunicação O POVO. Confira:

    Para escutar: Na rádio O POVO/CBN (FM 95,5), o tema será discutido no programa Grande Jornal, às 9 horas, e/ou no programa Revista O POVO/CBN, às 15 horas. Na rádio Globo/O POVO (AM 1010), o tema será discutido no programa Manhã da Globo, às 10 horas.

    Para ver: A TV O POVO trará uma matéria sobre o tema no O POVO Notícias, às 18h30min. Assista à programação pelo canal 48 (UHF e TV Show) e 23 (Net).

    Fala, internauta

    “Uma coisa é ser contra o programa mais médicos, que no caso é ser contra o Governo... Outra é hostilizar os profissionais, que a meu ver, estudaram uma medicina de ponta, que já foi considerada a melhor do mundo”.
    Leandro Henrique“Tive vergonha de ser cearense, ontem! Esses mal educados serão péssimos profissionais no futuro, pois lhe faltam o principal: respeito com o outro e principalmente com colegas estrangeiros”.
    Claudio Jucá A. Garcia
    “Não condeno os médicos cubanos. Se eu fosse médico em Cuba também iria querer vir para cá. Qualquer condição brasileira seria melhor que a de uma ditadura totalitária decadente”. Bruno Coutinho
  12.  
     Comparem essas duas fotos. A primeira foi tirada em Little Rock, Estados Unidos, 1957, e mostra a estudante Elizabeth Eckford chegando para o seu primeiro dia de aula numa escola sem separação racial. Precisou de reforço policial para conseguir entrar.

    A segunda foto foi tirada em Fortaleza, ontem (26/08/2013) quando médicos brasileiros brancos e bem nascidos fizeram um corredor para vaiar seus colegas cubanos, muitos deles negros, que vieram ao país contratados para atuar em cidades pequenas do interior para os quais os brasileiros não querem ir.

    Eu acho que as imagens falam por si.