A infertilidade conjugal
é sempre um tema delicado, devido aos problemas emocionais que
entremeiam esta situação. E nem todos os homens estão preparados para
sequer pensarem que o problema pode ser com deles, e não da esposa. Não é
raro encontrarmos um casal em que o marido só se dispõe a procurar um
urologista após a esposa ter sido submetida a vários exames, e não ter
sido diagnosticada nenhuma patologia que as impeça de conceber. A
avaliação da infertilidade masculina tem que responder a três perguntas:
- Esse homem é infértil?
- Qual a causa desta infertilidade?
- Como tratar o problema?
No passado deu-se muito valor a hábitos de vida que pudessem expor os testículos a temperaturas mais elevadas. Hoje não se dá muita importância a esses fatores.
A
avaliação do homem começa com um balanço da sua história pregressa,
para tentar detectar alguma doença que pode provocar o problema (por
exemplo, uma infecção dos testículos). Após esta anamnese, o exame dos
testículos deve ser realizado para então o urologista averiguar se eles
são normais ou se estão atrofiados. Além disso, é verificado ainda se há
presença de varicocele, uma doença que dilata as veias dos testículos e
que pode afetar também na produção dos espermatozóides. A
ultrasonografia da bolsa escrotal ajuda consideravelmente nesta análise
médica.
Entretanto, o exame mais importante é
o espermograma. Neste, o esperma é analisado, e diversos parâmetros,
como o número e a qualidade dos espermatozóides, são avaliados e
considerados para um prognóstico. As causas da infertilidade são várias,
porém vou me deter nas principais e de como evitá-las. Algumas causas
de infertilidade podem ser detectadas logo na infância ou na
adolescência, e devem ser tratadas o quanto antes.
Mitos podem atrapalhar o diagnóstico na idade adulta
Em alguns casos, a causa da
infertilidade não é tão evidente e, em tais situações, o tratamento nem
sempre é fácil na hora de definir a conduta terapêutica. No passado
deu-se muito valor a fatores como cuecas apertadas ou a outros hábitos
de vida que pudessem expor os testículos a temperaturas mais elevadas,
próximas à temperatura do corpo. Hoje não se dá muita importância a
esses fatores. Outras situações como o ciclismo, usar o celular no bolso
da calça ou tomar banho de água quente são conjecturas sem evidências
científicas significativas que comprovem a relação dessas com a
infertilidade masculina.
Doenças que podem causar infertilidade
A criptorquidia (cripto = escondido,
orquidos=testículo) é a ausência dos testículos na bolsa escrotal, e
este diagnóstico é feito pelo simples exame físico. Na maioria das vezes
o testículo existe, porém está localizado fora de sua posição normal,
geralmente na região da virilha. A colocação do testículo na bolsa é um
procedimento cirúrgico (orquidopexia) e que deve ser realizado antes que
ele sofra danos irreversíveis.
A varicocele (varizes
nas veias que drenam as estruturas da bolsa escrotal) também pode ser
diagnosticada ainda no início da puberdade, e o tratamento, também
cirúrgico, deve ser realizado quando há possibilidade da varicocele
dificultar o desenvolvimento que ocorre no testículo durante a
adolescência.
Já no homem adulto, o tratamento da
infertilidade vai depender do agente que produz esta alteração. Quando
há atrofia testicular severa provocada, por exemplo, pela falta de
tratamento adequado da criptorquidia, dificilmente haverá melhora da
fertilidade. Nesta faixa etária a varicocele deverá ser operada se ela
existir, e também se houver indícios desta alteração ser a causa do
problema.
Como prosseguir com o tratamento?
O
tratamento da infertilidade requer que o casal tenha paciência para
esperar pelos resultados da terapia proposta. E se considerarmos que
todo o processo de formação, maturação e finalmente a ejaculação dos
espermatozóides demora 75 dias em média, esse é o tempo para que se
perceba a eficácia ou não de um tratamento, através de um novo
espermograma, a partir do momento que este tratamento é realizado.
É sempre difícil conter a ansiedade
dos cônjuges durante esta espera. Há que se administrar bem este
processo todo. O advento dos procedimentos de fecundação assistida veio
para atender à expectativa dos casais. Essas técnicas, de maior ou menor
complexidade dependendo da gravidade da situação, permitiu que os
casais, mesmo os com alterações mais graves e de difícil tratamento,
pudessem ter filhos. Converse sempre com seu urologista, ou procure um
se tiver alguma dúvida.
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