sexta-feira, 21 de junho de 2013

O QUE A JUVENTUDE PARTIDÁRIA PENSA?

Juventude do PSDB critica e depois elogia protestos

Pouco mais de 48h depois de emitir uma nota contrária às manifestações que se espalham pelas ruas de todo o País,...


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Pouco mais de 48h depois de emitir uma nota contrária às manifestações que se espalham pelas ruas de todo o País, a Juventude do PSDB, seção da Capital, divulgou na madrugada de quinta-feira, 20, mensagem em que dá os parabéns "à população que tomou as ruas, pela vitória".
A mensagem anterior, divulgada na noite de segunda-feira, 16, enfatizava que a JPSDB "não participará deste manifesto em virtude de acreditarmos que o mesmo tenha se transformado em movimento político onde um dos intuitos é de enfraquecer o governo do Estado de São Paulo". Os jovens tucanos afirmavam ainda que o movimento "não pode compactuar com os excessos que causaram depredações e agressões" e advertiam que os manifestantes que se apresentassem em nome da JPSDB não os representavam.
Por volta de 1h da manhã de quinta-feira, após a revogação do aumento das tarifas, o discurso mudou. Uma nova carta dizia que o movimento "mostrou que o Brasil entrou em um novo momento de participação política" e que a JPSDB escolheu não participar com bandeiras e camisetas "em respeito aos desejos de todos os manifestantes para que partidos políticos não participassem".
Em tom de aprovação, esse segundo texto prosseguia: "Só podemos comemorar que milhares de jovens brasileiros tenha descoberto o poder das manifestações populares e do envolvimento com os temas da política nacional e local".
Para a JPSDB, o movimento "mostrou que o Brasil entrou em novo momento de participação, alterando as relações entre poder público e sociedade". Agora, "encararemos o desafio de estimular o debate interno em nosso partido, sobre essa nova forma de fazer política."
O texto diz ainda que "estimular o envolvimento dos jovens na política é uma das mais importantes missões da Juventude do PSDB" e que a entidade "só pode comemorar que milhares de jovens brasileiros tenham descoberto o poder das manifestações".
''Erro de interpretação''
O presidente da movimento tucano, o analista de marketing Igor Cunha, de 30 anos, admitiu ao jornal O Estado de S. Paulo que houve um mal-entendido a respeito das duas notas. "Foi um erro de interpretação, as palavras não falaram por si só", disse Cunha. "Desde o começo a gente se organizou para participar, ir lá lutar contra o aumento das tarifas. Mas sem bandeira partidária". Ele garante que foi a duas das manifestações, sempre com um grupo de 10 a 15 tucanos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Petistas criticam 'antipartidarismo' em protestos

A Juventude do PT afirmou, em nota divulgada na quarta-feira, 19, que a onda de protestos que tomou conta do País...

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A Juventude do PT afirmou, em nota divulgada na quarta-feira, 19, que a onda de protestos que tomou conta do País forçou o partido e o governo a "serem mais ousados" e disse que o "antipartidarismo" pregado pelos ativistas "flerta com o autoritarismo".
"Essas marchas têm legitimamente pressionado nosso partido e nossos governos a serem mais ousados. Estas manifestações devem servir como um alerta acerca do mal-estar existente nas juventudes, nos setores populares, nos grandes centros urbanos", diz o texto.
A nota também faz uma crítica ao antipartidarismo que tem sido a marca dos protestos. "Não se sentir representado pelos partidos é um direito, mas o desrespeito àqueles que neles militam é tão autoritário quanto tratar as manifestações como caso de polícia", adverte a entidade petista na nota.
Na quinta-feira, 20, a militância do PT foi convocada pelo presidente nacional da sigla, Rui Falcão, para ocupar as ruas e celebrar a luta pelo transporte público.
Segundo os ativistas, o ato de militantes petistas seria uma provocação à manifestação do grupo, também marcada para ontem no centro da capital.
Na quarta-feira, 19, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o do Rio, Eduardo Paes (PMDB), foram obrigados a reduzir as tarifas de transporte público como única saída para atender às reivindicações.
"Diferente do que alguns possam pensar, voltar atrás e alterar uma decisão já tomada não é uma demonstração de fraqueza", afirma ainda a nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Partidos não têm vez nas redes sociais

No dia seguinte ao anúncio da revogação do aumento das tarifas dos transportes em São Paulo, as redes sociais foram...
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No dia seguinte ao anúncio da revogação do aumento das tarifas dos transportes em São Paulo, as redes sociais foram dominadas por dois temas referentes aos protestos: o incômodo com a presença de partidos políticos nas manifestações e quais devem ser as próximas bandeiras defendidas nas ruas.
O humorista Helio de La Peña preferiu fazer piada com a presença de militantes do PT no meio das manifestações desta quinta-feira. "Petistas querem aderir às passeatas com o grito de guerra: ?Abaixo nós!?", escreveu, no Twitter. "Desconfiava que o PT estava sem rumo. Meia dúzia de petistas uniformizados hoje (20) no meio do protesto apartidário em São Paulo confirmam minha suspeita", afirmou o apresentador de TV Marcelo Tas, em sua conta no Twitter. "Indo para a (Avenida) Paulista agora. Gostaria de lembrar: é uma manifestação apartidária. É brasileira!!! Esqueçam partidos políticos", publicou a atriz e escritora Lúcia Verissimo.
Já o ilustrador, vlogueiro e VJ da MTV PC Siqueira preferiu contemporizar. "Deveríamos permitir que partidos de direita e esquerda participassem da manifestação, sim. Do contrário, nós nos tornamos os fascistas", postou.
Muitos posts apontaram a necessidade de canalizar o movimento popular para outras questões, após a revogação do aumento das tarifas dos transportes. "Gente, a passagem do busão já abaixou. Agora vamos derrubar o (pastor e deputado federal Marco) Feliciano?", publicou o escritor e cineasta Alessandro Buzo.
"A gente quer um país melhor, não quer?", escreveu a cantora Luiza Possi. "Eu protesto em prol de 100% dos royalties do pré-sal para a Educação e estratégia nacional contra a violência", enumerou o cientista Miguel Nicolelis.
No Facebook, as timelines ficaram cheias de uma imagem com os "cinco motivos" do movimento - enfatizando não se tratar apenas das tarifas do transporte. De acordo com essa mensagem, a luta também é contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, pela saída de Renan Calheiros da presidência do Congresso, por uma investigação completa das irregularidades nas obras da Copa de 2014, para que a corrupção se torne crime hediondo e pelo fim do foro privilegiado.
Debates online
Desde o início das manifestações do Movimento Passe Livre (MPL) em São Paulo, as discussões ganharam a internet. Até as 19h30 desta quinta-feira, o compartilhamento de informações sobre o tema já havia impactado potencialmente 900 milhões de internautas, de acordo com monitoramento da empresa Scup.
"Acho que eles (os políticos) ainda não entenderam o que está acontecendo", disse o fotógrafo e militante Douglas Agostinho Teodoro, de 34 anos. "Eles são de uma geração analógica, e nossa revolução é digital. Eles não entenderam que a gente não precisa mais esperar quatro anos para dar nossa opinião nas urnas. A gente dá nossa opinião a hora que a gente quiser, na internet. O Brasil não funciona, mas o Facebook, sim."
"As redes sociais potencializam as manifestações, e isso é uma novidade no Brasil. Elas atuam tanto no sentido de acelerar as comunicações quanto na sua organização", analisa o cientista político Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, professor da PUC-SP. "Agora, não tenhamos ilusões. Esses meios são de mão dupla, ou seja, não são necessariamente favoráveis a uma força política específica. Enquanto agora estão alimentando manifestações coletivas, em outras situações eles podem acabar servindo para multiplicar argumentos contrários e ajudar a sufocá-las." (Colaboraram Herton Escobar e Rodrigo Burgarelli)

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Atualizado: 21/06/2013 09:17 | Por Clarice Cudischevitch, estadao.com.br

'Maioria silenciosa do Brasil parece ter encontrado sua voz', diz editorial do 'The New York Times'

Para o jornal americano, protestos que se espalham pelo País não deveriam causar surpresa

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SÃO PAULO - Um editorial publicado no jornal norte-americano "The New York Times" na quinta-feira, 20, intitulado "Despertar social no Brasil", afirma que os protestos que se espalham pelo País não deveriam causar surpresa. Segundo o texto, apesar de o Brasil ter conquistado muitas realizações nas últimas décadas, como uma economia mais forte e eleições democráticas, "ainda há uma grande distância entre as promessas dos governantes políticos de esquerda e as duras realidades do dia a dia fora da elite política e empresarial".
O editorial ressalta que o Banco Mundial lista o Brasil como a sétima maior economia do mundo, mas que o País tem uma das piores classificações em rankings de igualdade de renda e de habilidades de leitura e matemática. Além disso, menciona que seus principais políticos foram flagrados em esquemas de desvios de dinheiro público.
"Não é de se admirar que a taxa de transporte público aumente a indignação das classes pobre e média, que estão sobrecarregadas por um sistema tributário regressivo", afirma o texto. "Não é de se admirar que os gastos esbanjados em estádios de futebol para a Copa do Mundo, enquanto a educação pública continua gravemente subfinanciada, tornaram-se um grito de guerra."
O editorial destaca que a presidente Dilma Rousseff tem tentado responder aos manifestantes, declarando que o desejo de mudança é bem-vindo, e que alguns governantes reverteram o aumento das passagens.
"A maioria silenciosa do Brasil parece estar encontrando sua voz política", finaliza o texto. "Srta. Rousseff, que concorre à reeleição no próximo ano, terá que enfrentar novas demandas com conteúdo, bem como simpatia."

 Dilma reúne ministros para discutir ações emergenciais
A presidente Dilma Rousseff terá, nesta sexta-feira, 21, reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,...

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A presidente Dilma Rousseff terá, nesta sexta-feira, 21, reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no Palácio do Planalto. Em pauta, as manifestações populares que tomam conta do País desde a semana passada. Dilma deve pedir ao Cardozo um balanço da situação e discutir ações emergenciais na área de segurança.
Apesar de a agenda da presidente trazer apenas o nome do ministro Cardozo para a reunião, a assessoria do Planalto afirmou que também devem participar da conversa os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.
Na quinta-feira, 20, mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas em atos realizados em 75 cidades do País. Apesar do espírito pacífico da grande maioria dos manifestantes, a violência cresceu durante os protestos: uma pessoa morreu atropelada em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo; em Brasília, a polícia precisou reprimir tentativa de invasão e depredação do Palácio do Itamaraty; e no Rio, 55 pessoas ficaram feridas.
Nova agenda
Os protestos obrigaram a presidente Dilma a mudar sua agenda. Ela cancelou as viagens que faria nesta sexta-feira, à Bahia e, na próxima semana, ao Japão. Vários ministros também resolveram ficar em Brasília nesta sexta-feira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, por exemplo, que estaria em São Paulo, alterou sua agenda para "reuniões internas" em Brasília.
À tarde, a presidente recebe Dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema ''manifestações e segurança'' deve também fazer parte do encontro. No mês que vem, o País receberá mais um grande evento, a Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro e contará com a participação do Papa Francisco.

FONTE:
http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/story-protestos-pelo-brasil.aspx?cp-documentid=258605460

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