segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Açúcar: uma droga autorizada?


Para muitos profissionais de saúde, a resposta à pergunta acima é “sim”. Pode parecer que falar de açúcar como veneno seja um tanto exagerado. É grande a desinformação sobre este produto “inocente”.

Quantos consumidores estão cientes de que há inúmeros alimentos escondendo açúcar no preparo deles? Quem está ciente de quanto açúcar deve se consumir diariamente ?

Saber os limites de ingestão de sal recomendada pela OMS, sabemos, mas o que sabemos sobre o açúcar? Devemos saber porque o açúcar engorda. Açúcar refinado são calorias vazias que não fornecem nenhum nutriente, não tão inofensivo quanto muita gente pensa.
 O que faz de você um viciado
A dopamina é um dos neurotransmissores que fazem vocês sentir-se bem no seu corpo, o mesmo fica pedindo mais e mais açúcar para disparar sinais que trazem prazer. Açúcar, gordura e uma pitada de sal é a fórmula que acende a zona de prazer do cérebro (parece que não somos tão perfeitos ou que a natureza não é tão sábia), sabendo disso, a indústria de alimentos pratica a adição de açúcar, de tal forma que os consumidores o consumam em quase tudo, não apenas nos doces, mas em qualquer produto preparado e, claro, nas bebidas.
Publicarem se novos resultados de um estudo concluindo que o consumo de açúcar é tóxico mesmo em quantidades “seguras”. Fala-se de açúcares adicionados aos alimentos que não contenham açúcares naturais, como as frutas. No estudo realizado por cientistas e pesquisadores da Universidade de Utah, EUA, publicado na revista Nature, ratos de laboratório foram submetidos a uma dieta experimental na qual 25% da energia veio de açúcares refinados. Na dieta humana, isto representa, numa dieta “saudável”, o consumo de três latas de refrigerante ou, resumindo, ingerir seis colheres de sopa cheias de açúcar refinado.

Os resultados apontaram uma mortalidade da fêmeas mais alta (até o dobro) e diminuição da reprodução e proteção do território dos homens.

Os pesquisadores acreditam que as quantidades relativamente baixos de açúcar adicionados são responsáveis pelos efeitos negativos nos animais do teste, extrapolando, mesmo os níveis de consumo de açúcar anteriormente considerados seguros, afetam a saúde dos mamíferos.
 O livro que a indústria alimentícia não gostou
Philip James, ex-diretor Técnico de Nutrição da OMS, solicitou que se estabelecem limites mínimos e máximos de açúcar para varias categorias de alimentos. Ele escreveu o livro Dieta, Nutrição e Prevenção de Doenças Crônicas, um trabalho do qual a industria alimentícia não gostou, contendo, dentre outras informações, a mensagem de que a sociedade não precisa consumir tanto açúcar, definindo os limites mínimos de açúcar em 0% e o máximo de 10 %.
Mais estudos definirão como o açúcar afeta a saúde humana. Devemos estar cientes do que se sabe até agora. A palavra de ordem é diminuir o “açúcar extra” e moderar o consumo de produtos com adição deste vilão.

Em outubro do ano passado, a Dinamarca optou por taxar alimentos ricos em gordura saturada. Agora, o país considera tributar os doces.

Outras nações europeias e o Canadá tentam impor pequenos impostos sobre alimentos adoçados. E os EUA já consideram taxar o refrigerante – um cidadão americano consome em média 216 litros por ano, dos quais 58% com açúcar.
 Europeus sabem dosar o açúcar

Eu sempre fui fã da escola de pâtisserie francesa , europeia, que praticam o preparo de doces com baixo ponto de açúcar. O Ceará produz doces com sabores maravilhosos, mas por demais carregados no açúcar. Alguns profissionais daqui, que passaram por escolas prestigiosas de pâtisserie, se queixam de ter de desaprender este baixo ponto para atender o hábito da terrinha. Estas linhas soam um tanto alarmantes, mas verdadeiras. Ao escolher o doce dentro do permitido, precisamos ser, cada vez mais, muito seletivos. Fica o alerta!
 
 http://www.opovo.com.br/app/colunas/gastronomia/2013/08/24/noticiasgastronomia,3115162/acucar-uma-droga-autorizada.shtml
 

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